your love will be always my drug


(Domingo, 23 de Janeiro de 2011)
Estava a estudar matemática porque ia ter teste na Sexta, mas decidi, parar um pouco pois na verdade, já estava a estudar desde amanhã. Aproveitei, então, e peguei no caderno de e.v. e fui desenhar alguma coisa. Para ser diferente, experimentei fazer algo de novo. Com a folha totalmente branca, fechei os olhos. Peguei numa caneta e comecei a pintar. Aquilo que estava a fazer era guiado simplesmente pelo que sentia, pelo coração. Aquele era agora o meu interior a falar mais alto. Achei finalmente que estava pronto e abri os olhos. Observei com atenção. Fiquei embasbacada cada com aquilo que acabara de ver. Virava a imagem para a esquerda e para a direita sem perceber nada, mas ria para dentro. Em vez de ter pintado o azul do céu e do mar, ou o verde das maravilhosas florestas, a folha estava completamente preta. Sim, PRETA! Virei milhares de vezes para ver da melhor perspectiva a imagem. Era profunda. E logo percebi. Aquilo que acabara de pintar era aquilo que sentia, aquilo que o meu coração me tentava avisar. O sentimento que era mais visível em mim: a solidão! Era assim que eu me sentia: sozinha… A depressão tinha dado cabo de mim e eu perdera tudo de melhor na minha vida. Aquilo que antes tinha, desaparecera dando lugar ao desprezo, ao escuro, à fúria, à dor, à tristeza, à raiva... O mal tinha-se apoderado de mim. E o pior é que me tinha apercebido disto tarde demais. Agora já não valia a pena lutar por uma causa inexistente. O meu coração era feito em pó que ardera durante as guerras para superar as fases duras da vida. Não consegui dormir o resto da noite a pensar naquela imagem dolorosa. Então eu era aquilo? Um monstro sem sentimentos? Uma mentira? Não acreditava! Estava completamente cega ao seguir os conselhos dos outros de que “durante uma vida existe sempre uma tempestade, mas depois o sol consegue vencer e os primeiros raios de sol iluminam aquilo que somos…” Nada disso! A minha vida era toda ela uma grande tempestade, com furacões, terramotos, tsunamis… enfim, andava tudo à volta das catástrofes naturais… Sabia que aquela pessoa ali deitada não era eu! Eu não queria viver nem mais 1 segundo. Não queria mais nada, apenas o sofrimento da morte! Eu perdera tudo aquilo que fazia parte de mim: família, amigos, saúde…
TUDO…
Eu não era nada…
Levantei-me porque ali já não fazia masi nada. Era quase dia pois conseguia ver a claridade da janela meio aberta. Olhei para o computador. Estava desligado, mas conseguia ver a minha imagem num fundo preto. Preto… aquilo que eu era…
Claro que nunca ninguém percebeu aquela imagem, apenas eu e o meu coração!

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8 de julho de 2011 @ 20:47
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